terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PRESIDENTE DÁ VOTO DE CONFIANÇA A CARLOS AZENHA

Declaração publicada no site oficial do Portimonense e lida pelo Presidente Fernando Rocha em pleno revaldo do Estádio 2 Irmãos deixa claro quais as razões pelas quais Azenha continua.

Publicamos na integra a mesma declaração.

"Meus caros:
Gostaria de vos ler uma declaração, após a qual, eu e o capitão da equipa, aqui ao meu lado, estaremos disponíveis para responder às perguntas que vocês entenderem colocar.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a presença dos senhores jornalistas, porque isso demonstra a relevância do assunto que aqui nos traz, a todos.
E, de facto, o tema desta declaração não podia ser mais relevante, porque atravessa o presente e o futuro deste clube, em particular do seu futebol profissional.
Há cerca de dois meses, tomei a decisão de contratar o actual treinador do Portimonense, o professor Carlos Azenha, porque era um desejo antigo meu, porque sou conhecedor, há muito tempo, da sua capacidade para liderar processos de treino e liderar uma equipa de futebol.
Gostaria que assinalassem, bem, o facto de me ter referido ao professor Carlos Azenha como actual treinador do Portimonense, porque, em boa verdade, ele é e vai continuar a ser o treinador do clube.
Embora a generalidade dos meios de comunicação social tenha antecipado a sua demissão e a sua consequente saída do clube, a verdade é que nenhuma das situações é verdadeira.
Nem o professor Carlos Azenha se demitiu, nem ele deixou de ser o treinador do clube.
Conheço há muitos anos o professor Carlos Azenha e sei que ele não é um desistente, ele é um lutador. Por isso, não é verdade que o professor Carlos Azenha tenha atirado a toalha ao chão.
Além de ser um lutador, o professor Carlos Azenha é uma pessoa digna e foi, em nome dessa dignidade, que, ontem, colocou o seu lugar à disposição da direcção, o que é uma coisa diferente de se demitir.
A decisão do professor Carlos Azenha devia ter sido elogiada pelos meios de comunicação social em vez de deturpada. O que ele fez, é o mesmo que outros deviam fazer em circunstâncias semelhantes, pedindo à direcção do clube uma clarificação, em vez de se agarrar a contratos estabelecidos.
Com essa decisão, o professor Carlos Azenha colocou os interesses do clube acima dos seus interesses e, para memória futura, gostaria que os sócios do clube atendessem a este facto, revelador do carácter do actual treinador do Portimonense.
O que o professor Carlos Azenha me disse é que pretendia deixar a direcção de mãos completamente livres para decidir. Se a direcção achasse que o professor Carlos Azenha continua a fazer parte da solução, ele ficaria. Se a direcção entendesse o contrário, que fazia parte do problema, ele saía.
Isto não tem nada a ver com um pedido de demissão, tem a ver com carácter, com nobreza e princípios. Se outras pessoas seguissem este exemplo, talvez os clubes não estivessem tão descapitalizados e o futebol fosse mais saudável.
Por isso, gostaria de vos reforçar que o professor Carlos Azenha é e vai continuar a ser o treinador da equipa profissional do Portimonense.
A direcção do clube e eu próprio reconhecemos que pedimos ao professor Carlos Azenha uma missão quase impossível. E que ele aceitou, mesmo com prejuízo pessoal, porque tinha outras propostas, do estrangeiro e financeiramente mais atractivas. Eu conhecia-as, durante o processo que levou à sua contratação.
Pessoalmente, não quero outro treinador no Portimonense. Se calhar, serei criticado por isso. Assim como o professor Carlos Azenha hoje é criticado, por quem não conhece o seu trabalho, e amanhã será elogiado.
A verdade é que não posso responsabilizar o professor Carlos Azenha por estar a trabalhar com um plantel que não foi escolhido por si. Sou mais responsável pelos resultados desta equipa do que o professor Carlos Azenha. Não serei o único responsável, existem mais, mas a verdade é que não se pode responsabilizar só professor Carlos Azenha pelos resultados negativos do Portimonense, no campeonato.
Seria tremendamente injusto que eu deixasse que o professor Carlos Azenha pudesse morrer, neste projecto, com as ideias dos outros. Se um dia isso tiver de acontecer, o professor Carlos Azenha terá de morrer com as suas ideias.
A direcção do Portimonense tomou a decisão correcta, não permitindo que o professor Carlos Azenha deixe de ser o nosso treinador. Isto não é um voto de confiança, é uma decisão irreversível.
Antes desta conferência de imprensa, estive no balneário da equipa, com os jogadores. Expliquei-lhes a situação. Deliberadamente, pedi ao professor Carlos Azenha que não estivesse presente. Aos jogadores, falei de uma forma clara. Pedi-lhes que me dissessem o que fariam no meu lugar. E perguntei-lhes: «O professor Carlos Azenha é o problema ou a solução?» A resposta dos jogadores foi clara. O professor Carlos Azenha é a solução para o presente e para o futuro.
Se depender de mim, o professor Carlos Azenha será treinador do Portimonense na próxima época, sendo absolutamente claro que o será, até ao final da presente época desportiva.
Esta é a melhor solução para todos, mas especialmente a que defende melhor os interesses do clube. No presente e no futuro.
Espero que, a partir de hoje, todos os Portimonenses dêem apoio a esta decisão. Não esquecendo que, bem ou mal, são os mesmos que fizeram o trajecto até hoje assinalado, em especial a subida de divisão.
Nada está perdido! Unidos seremos mais fortes!
Obrigado"
Fernando Rocha
Azenha continua contra a maioria dos adeptos e sócios do Portimonense.

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